A professora Verônica Toste (PPGS-UFF) tem trabalhado em duas frentes de pesquisa: gênero, raça e classe nas organizações e gênero na teoria social clássica. Esse ano participou do monitoramento “Violência de Gênero contra Jornalistas”, numa parceria ABRAJI/UNESCO, que originou um site, um relatório e a conferência “Qual é o cenário da violência contra a mulher jornalista no Brasil?”. A pesquisa examina a participação de autoridades públicas nos ataques a mulheres jornalistas em um cenário em que as próprias organizações de imprensa pressionam as profissionais a ter presença nas redes sociais digitais. Essas mudanças nas relações entre jornalistas e público borram cada vez mais as fronteiras entre vida privada e profissional e tornam o ataque pessoal generificado uma estratégia particularmente eficaz para minar a credibilidade da imprensa, da notícia e dos fatos.
Ainda no eixo de pesquisas sobre organizações, apresentará um trabalho na 46ª ANPOCS com o orientando Leonardo Hirakawa intitulado “Racismo e polícia: uma análise organizacional da Operação Segurança Presente no Rio de Janeiro”. A pesquisa investiga como raça e racismo são construídos, gerados e reforçados nos processos interacionais cotidianos numa organização. Outro trabalho a ser apresentado é o trabalho “Gender, science and ‘organizational housekeeping’: evidence from a public university in Brazil”, em coautoria com Ana Clara Matias Rocha, na Conferência Internacional em Sociologia Organizacional – “Organizations in a Plural Society”, da ISA. A pesquisa analisa se a distribuição de tarefas entre docentes na universidade é enviesada por gênero, isto é, se docentes mulheres realizam mais tarefas de organização do cotidiano organizacional do que os homens, o que subtrai tempo do investimento em tarefas que trazem mais retorno material e simbólico.
No eixo de pesquisa sobre gênero na teoria social clássica, co-organizou, com Luna Ribeiro Campos, o livro gratuito “Pioneiras da Sociologia: Mulheres Intelectuais nos Séculos XVIII e XIX” e contribuiu com os capítulos sobre as autoras Mary Wollstonecraft, Pandita Ramabai e Harriet Martineau. Seu livro “Clássicas do pensamento social”, organizado com Bila Sorj, figurou na Lista dos melhores livros de ciências sociais de 2021 da Revista Quatro Cinco Um. Sua equipe – formada por Luna Campos e Raquel Simas – ganhou ainda o 2ª Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica, Ação ducativa/MIEIB/Fundo Malala com a sequência didática “Mulheres na sociologia do século XIX: Gênero e os temas clássicos da disciplina”.
