Teoria Sociológica I

Nome da Disciplina:  Teoria Sociológica I

Professora: Juliana Vinuto

Linha de Pesquisa: 1, 2 e 3

Código da Disciplina: EGH10409

Ano/Semestre: 2024/1

Dia e horário: Quinta-feira, 16h às 19h

Local: Sala 307/ Bloco O

Ementa: A disciplina tem como objetivo discutir as principais vertentes das teorias sociológicas produzidas no período de consolidação da sociologia (século XIX e início do XX). Adicionalmente, o curso também discutirá as contribuições destas vertentes da sociologia clássica para algumas das principais abordagens da sociologia contemporânea e, desse modo, permitirá a análise dos impactos dos clássicos da sociologia – mesmo aqueles recentemente assumidos – no debate sociológico atual.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA: permitir o diálogo entre teoria sociológica clássica e contemporânea de modo a estabelecer relações entre teoria e pesquisa empírica; complexificar os debates em torno dos “clássicos” da sociologia, expandindo o conceito para abarcar autores/as que, por diversas razões, foram esquecidos/as e estão sendo recentemente redescobertos/as; analisar aproximações e distanciamentos entre diferentes autores/as considerados/as clássicos pela sociologia atual.

AVALIAÇÃO: Além de presença em no mínimo 75% das aulas, os estudantes deverão apresentar ao menos um seminário durante o semestre (até 2.0 pontos na nota final) e entregar um trabalho ao final do semestre (até 8.0 pontos na nota final)

CRONOGRAMA PREVISTO

Unidade I – Discussões introdutórias
Aula 1 – 21/03
Apresentação do curso
*Explicação das regras de funcionamento da disciplina, das formas e critérios de avaliação e da bibliografia a ser lida no decorrer do semestre.
ALEXANDER, Jeffrey. A importância dos clássicos. In: GIDDENS, Anthony; TURNER, Jonathan (orgs). Teoria social hoje. São Paulo: Unesp, 1999, pp. 23-89.
JOAS, Hans; KNÖBL, Wolfgang. Teoria Social: vinte lições introdutórias. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 2017 [O que é teoria? pp. 15-34].
Leitura complementar
DUBET, François. Why Remain ‘Classical’?. European Journal of Social Theory, vol. 10, n. 2, pp 247–260, 2007.
COLLINS, Randall. Quatro tradições sociológicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009 [O surgimento das ciências sociais, pp. 13-48].
CONNELL, Raewyn. O império e a criação de uma ciência social. Contemporânea, n. 2, v.2, 2012, p. 309-336.
DAFLON, Verônica Toste; SORJ, Bila (orgs.). Clássicas do pensamento social: mulheres e feminismos no século XIX. Editora Record, 2021. [Introdução: “clássicas” & “clássicos”? pp. 9-18]. GIDDENS, Anthony. O que é sociologia? In: Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2012, pp. 17-37.

Unidade II – Émile Durkheim (1858-1917)
Aula 2 – 28/03
Rituais e ordem social
DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo, Martins Fontes, 2003 [1912]. [Conclusão, pp. 457-498].
Leitura complementar
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. São Paulo, Martins Fontes, (1995[1893]).
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 1999 [Cap. 1 e 2, pp. 1-48; Cap. 3 e 4, pp. 49-90].
ORTIZ, Renato. As formas elementares da vida religiosa e as ciências sociais contemporâneas. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, p. 13-31, 2012.
COLLINS, Randall. Quadro tradições sociológicas. Petrópolis: Vozes, 2009 [A tradição durkheimiana, pp. 157-204].

Dia 4/3 – Evento “VII Seminário Violência e Democracia”.

Aula 3 – 11/4
Émile Durkheim na sociologia contemporânea.
GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis, Vozes, 2009 [1959]. [A arte de manipular a impressão, pp. 191-217].
GOFFMAN, Erving. Ritual de interação: Ensaios sobre o comportamento face a face. Petrópolis, Vozes, 2011 [1967]. [Sobre a preservação da fachada: uma análise dos elementos rituais na interação social, pp. 13-50].
Leitura complementar
GOFFMAN, Erving; A ordem da interação: Discurso presidencial da American Sociological Association, Dilemas-Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, v. 12, n. 3, p. 571-603, 2019 [1982].
JOSEPH, Isaac. Erving Goffman e a microssociologia. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2000.
CARVALHO FILHO, Juarez Lopes. Rituais de Interação na Vida Cotidiana: Goffman, leitor de Durkheim. Política & Sociedade: Revista de Sociologia Política, v. 15, n. 34, 2016.


Unidade III – Karl Marx (1818-1883)
Aula 4 – 18/4
Classe e consciência de classe
MARX, Karl. O capital: Critica da economia política, livro 1: O processo de produção do capital. São Paulo, Boitempo, 2006 [1867]. [A chamada acumulação primitiva, pp. 825-878].
Leitura complementar
MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1998.
MARX, Karl. O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo, Centauro, 2003.
BOTTOMORE, Tom (Ed.). Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
HARVEY, David. Para entender o capital. Livro I. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.

Aula 5 – 25/4
Karl Marx na sociologia contemporânea.
ROBINSON, Cedric. Marxismo negro: a criação da tradição radical negra. São Paulo, Perspectiva, 2023 [Capitalismo Racial: o caráter não objetivo do desenvolvimento capitalista, pp. ]
Leitura complementar
THOMPSON, E.P. A formação da classe operária inglesa. São Paulo: Paz & Terra, 2012.
THOMPSON, E.P. Costumes em comum: Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Editora Elefante, 2023.

Unidade IV – Max Weber (1864-1920)
Aula 6 – 2/5
Ação social
WEBER, Max. Economia e Sociedade vol. 1. Brasília: Editora UNB; São Paulo: Imprensa Oficial, 1999 [1921] [Conceitos sociológicos fundamentais, pp. 3-35].
WEBER, Max. Economia e Sociedade vol. 1. Brasília: Editora UNB; São Paulo: Imprensa Oficial, 1999 [1921] [Os Tipos de Dominação, pp. 139-198].
Leitura complementar
WEBER, MAX. (2007 [1904]), A ética protestante e o ‘espírito’ do capitalismo. São Paulo, Companhia das Letras.
PIERUCCI, Antônio Flávio. Secularização em Max Weber: da contemporânea serventia de voltarmos a acessar aquele velho sentido. Revista brasileira de ciências sociais, v. 13, p. 43-73, 1998.
SELL, Carlos Eduardo. Max Weber e a racionalização da vida. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.


Aula 8 – 9/5
Max Weber na sociologia contemporânea.
WRIGHT MILLS, Charles. Ações situadas e vocabulários de motivos. Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 15, n. 44, agosto de 2016, pp. 10-20.
DAS, Veena. The Signature of the State: The Paradox of Illegibility. DAS, Veena; POOLE, Deborah (orgs). Anthropology in the Margins of the State. New York, Oxford University Press, 2004, pp. 225-252.
Leitura complementar
SCOTT, Marvin B. e LYMAN, Stanford M. Accounts. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, vol. 1, 2008, pp. 139-172.
TARGINO, Janine. Notas sobre a sociologia da ação e a ética protestante e o espírito do capitalismo. Estudos de Sociologia, v. 22, n. 42, 2017.
COLLINS, Randall. Quadro tradições sociológicas. Petrópolis: Vozes, 2009 [Max Weber e a teoria da estratificação multidimensional, pp. 77-86].


Unidade V – W. E. B. Du Bois (1868-1963)

Aula 7 – 16/5
Raça/ismo
DU BOIS, W.E.B. Preconceito de cor In: CASTRO, Celso (org). Além do cânone: para ampliar e diversificar as ciências sociais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2022, pp. 63- 78.
DU BOIS, W.E.B. Sobre nossos conflitos espirituais. In: As almas do povo negro. SãoPaulo: Veneta, 2021 [1903], p. 19-31.
Leitura complementar
MORRIS, Aldon. W.E.B Du Bois no centro: da ciência, do movimento dos direitos civis, ao movimento Black Lives Matter. In: Revista Inter-Legere. v. 1, n. 23, dez. 2018, p. 150-170.
RABAKA, Reinlad; DA COSTA, Fernando Oliveira; MARTINS JR, Angelo. WEB Du Bois e a inauguração de uma sociologia interseccional. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 12, n. 33, p. 586-622, 2020.
GÓES, Juliana. Du Bois and Brazil: reflections on Black transnationalism and African diaspora. Du Bois Review: Social Science Research on Race, v. 19, n. 2, p. 293-308, 2022.


Aula 9 – 23/5
W. E. B. Du Bois na sociologia contemporânea.
RAWLS, Anne Warfield; DUCK, Waverly. “Fractured reflections” of high-status black male presentations of self: Nonrecognition of identity as a “tacit” form of institutional racism. Sociological Focus, v. 50, n. 1, p. 36-51, 2017.
GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. Editora 34, 2001 [“Anime o viajante cansado”: W.E.B Du Bois, a Alemanha e a política de (des)territorialização, pp. 223-280].
Leitura complementar:
RAWLS, Anne Warfield. “Race” as an interaction order phenomenon: WEB Du Bois’s “double consciousness” thesis revisited. Sociological theory, v. 18, n. 2, p. 241-274, 2000.
SILVÉRIO, Valter Roberto; DOS SANTOS, Hasani Elioterio; DA COSTA, Fernando Oliveira. Racismo acadêmico e formação das ciências sociais na américa: WEB Du Bois e a interseccionalidade entre ciência e política. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 12, n. 32, p. 333-366, 2020.
LESTER, Quinn. Whose democracy in which state?: Abolition democracy from Angela Davis to WEB Du Bois. Social Science Quarterly, v. 102, n. 7, p. 3081-3086, 2021

30/06 – Feriado de Corpus Christ


Unidade V – Anna Julia Cooper (1858 – 1964)

Aula 10 – 6/6
Gênero e Raça.
COOPER, Anna Julia. A Voice from the South. Oxford University Press, 2016 [1990]. [The higher education of women pp. 34-49; The status of woman in America, pp. 72-80;].
Leitura complementar
DAFLON, Verônica Toste; SORJ, Bila (orgs.). Clássicas do pensamento social: mulheres e feminismos no século XIX. Editora Record, 2021. [Anna Julia Cooper, pp. 49-80].
GUY-SHEFTALL, Beverly. Black feminist studies: The case of Anna Julia Cooper. African American Review, v. 43, n. 1, p. 11-15, 2009.
MAY, Vivian M. Writing the self into being: Anna Julia Cooper’s textual politics. African American Review, v. 43, n. 1, p. 17-34, 2009.

Entre 13 e 20/6 – Congresso da Latin American Studies Association (LASA)

Aula 11 – 27/6
Anna Julia Cooper na sociologia contemporânea.
COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within. Sociedade e Estado, v. 31, p. 99-127, 2016.
COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. São Paulo: Boitempo, 2021 [O que é interseccionalidade, pp. 15-50].
Leitura complementar
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (orgs). Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020, pp. 75-93.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e política do empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, v. 10, p. 171- 188, 2002.
Unidade VI – George Herbert Mead (1863 – 1931)
Aula 12 – 4/7
Self e interação
MEAD, George Herbert. Mente, self e sociedade: Edição definitiva. Petrópolis: Vozes, 2021 [1934]. [Parte 3, a partir de “O self e o organismo” até “A mente como importação do processo social pelo indivíduo”, pp. 141-183.
Leitura complementar
JOAS, Hans; KNÖBL, Wolfgang. Teoria Social: vinte lições introdutórias. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 2017 [Abordagens interpretativas 1: interacionismo simbólico, pp. 145-172)
COLLINS, Randall. Quadro tradições sociológicas. Petrópolis: Vozes, 2009 [A tradição microinteracionista, pp. 205-244].

Aula 13 – 11/07
George Herbert Mead na sociologia contemporânea.
*Discussão dos trabalhos finais.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. São Paulo, LTC, 2012 [1963]. [“Introdução” e “capítulo 1: Estigma e identidade social”, pp. 7-50].
Leitura complementar
WERNECK, Alexandre. Teoria da Rotulação. In: LIMA, Renato Sérgio de; RATTON, José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo (orgs). Crime, Polícia e Justiça no Brasil. São Paulo, Contexto, 2014, pp. 105-116.
BECKER, Howard S. Outsiders: Estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro, Zahar, 2008.
NIZET, Jean; RIGAUX, Natalie. A sociologia de Erving Goffman. Editora Vozes 2016.

Translate »
Skip to content