Nome da Disciplina: Novas Tecnologias e Transformações Sociais

Professor: Jair de Souza Ramos

Linha de Pesquisa: Desigualdades, diferenças e tecnologias sociais

Código da Disciplina: EGH10497

Ano/Semestre: 2023/1

Dia e horário: 5as, de 10 às 13hs

Local: Sala 307 bloco O

Ementa:

Essa disciplina foi concebida em relação direta com as pesquisas reunidas no Laboratório de Sociologia Digital (LSD) e tem três objetivos articulados. O primeiro é oferecer um rápido  panorama da sociologia digital como campo de investigação de espaços sociais, de práticas e de experiências subjetivas que estruturam e são estruturadas por meio de redes sócio digitais. O segundo objetivo é mostrar, de um forma um pouco mais aprofundada, o modo como a sociologia digital nos permite investigar e compreender a reconfiguração das práticas de luta e de mobilização políticas a partir do funcionamento institucional e tecnológico das plataformas da Internet. Veremos aí uma literatura recente que aborda a especificidade das práticas políticas em seu entrelaçamento com algoritmos e plataformas. O terceiro objetivo é aprofundar o exame dessas práticas políticas reconfiguradas pelo digital por meio de uma literatura que investiga a mobilização política de minorias e movimentos sociais.

Formas de Avaliação:

Fichas de leitura e trabalho final

 

Planejamento das aulas:

I – Apresentação do curso  – Sociologia digital

MISKOLCI, Richard e BALIEIRO, F. de Figueiredo. Sociologia Digital: balanço provisório e desafios. Revista Brasileira de Sociologia-RBS 6 (12), 2018.

MISKOLCI, Richard. (2016). Sociologia Digital: notas sobre pesquisa na era da conectividade. Contemporânea – revista de sociologia da UFSCar. 6. 275-297. 10.4322/2316-1329.014.  

NASCIMENTO, L. A Sociologia Digital: um desafio para o século XXI. Sociologias, Porto Alegre, ano 18, no 41, jan/abr 2016, p. 216-241

PADILHA, Felipe & FACIOLI, Lara. (2018). Sociologia Digital: apontamentos teórico-metodológicos para uma analítica das mídias digitais. Ciências Sociais Unisinos. 54. 10.4013/csu.2018.54.3.03.

LUPTON, D. Digital Sociology. Routledge, 2015. (Capítulos 1, 2 e 3)

VAZ, Paulo . A luta pela arquitetura do Ciberespaço – Uma cronologia da Internet. Série Documenta (UFRJ), Rio de Janeiro, v. VIII, n.12-13, p. 155-184, 2003.

 

II – Para uma análise social da Internet:

LATOUR, Bruno. “La tecnologia es la sociedade hecha para que dure” (pp. 109-142), in DOMÈNECH, Miquel; TIRADO, Francisco Javier (orgs.). Sociología simétrica: Ensayos sobre ciência, tecnologia y sociedade. Gedisa Editorial, 1998.

LAW, John. Notas sobre a teoria do ator-rede: ordenamento, estratégia, e heterogeneidade. Trad., Fernando Manso. Disponível em: http://www.necso.ufrj.br. Acesso em: 17 de jun. 2005. 1992.

CASTELLS, Manuel. A galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. Caps. 1 a 3

MILLER, Daniel; Etnografia on e off-line: cibercafés em Trinidad. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 10, n. 21, p. 41-65, jan./jun. 2004

HORST, Heather e MILLER, Daniel. O Digital e o Humano: prospecto para uma Antropologia Digital. PARÁGRAFO. JUL./DEZ.2015 V. 2, N. 3 (2015)

MILLER, DANIEL. Trecos, Troços e coisas: Estudos antropológicos sobre a cultura material. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. Capítulos 1 e 2.

RAMOS, J. S.  Subjetivação E Poder No Ciberespaço. Da Experimentação À Convergência Identitária Na Era Das Redes Sociais. Vivência: Revista de Antropologia , v. 1, p. 57-76, 2015.

 

III – Algoritmos e debate público

PASQUALE, Frank. A esfera pública automatizada. Revista Líbero, São Paulo, Ano 20, n. 39, p. 16-35, 2017.

BUCHER, Taina. If…Then: Algorithmic Power and Politics (Oxford Studies in Digital Politics). New York : Oxford University Press, [2018]. Capítulos 1 e 2.

RAMOS, Jair. Machines among the crowd: on the political effects of algorithmic production of social currents.  Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology, 2019.

Leitura de apoio:

BUCHER, Taina. Algoritmos como um devir: uma entrevista com Taina Bucher. Rev. Parágrafo. 166. São Paulo, Brasil, v. 6, n. 1, p. 165-170, jan./abr. 2018.

 

IV – Repertórios de ação coletiva por meio digital

MCADAM, Doug; TARROW, Sidney; TILLY, Charles. Para mapear o confronto político. Lua Nova, São Paulo , n. 76, p. 11-48, 2009

CHADWICK, Andrew (2007) ‘Digital Network Repertoires and Organizational Hybridity’, Political Communication, 24:3, 283 — 301

BENNETT, W. Lance; SEGERBERG, Alexandra. The logic of connective action: Digital media and the personalization of contentious politics. Information, communication & society, v. 15, n. 5, p. 739-768, 2012.

BRINGEL, B. Com, contra e para além de Charles Tilly: mudanças teóricas no estudo das ações coletivas e dos movimentos sociais. Sociologia & Antropologia, vol. 02.03: 43-67, 2012.

VAN LAER, J. & VAN AELST, P. Cyber-protest and civil society: the internet and action repertoires in social movements. In: JEWKES, Yvonne & YAR, Majid. Handbook of Internet Crime. Willian Publishing, 2009.

ARAUJO, M. C. (2020). EMERGÊNCIA DO REPERTÓRIO DIGITAL DE PROTESTO. Revista Húmus, 10(28). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/view/12896

GERBAUDO, Paolo; TRERÉ, Emiliano. In search of the ‘we’of social media activism: introduction to the special issue on social media and protest identities. 2015.

TRERÉ, Emiliano. Reclaiming, proclaiming, and maintaining collective identity in the# YoSoy132 movement in Mexico: an examination of digital frontstage and backstage activism through social media and instant messaging platforms. Information, Communication & Society, v. 18, n. 8, p. 901-915, 2015.

 

Leitura de Apoio:

GERBAUDO, P. Protest avatars as memetic signifiers: political profile pictures and the construction of collective identity on social media in the 2011 protest wave. Information, Communication & Society, v. 18, n. 8, p. 916–929, 2015.

TEIXEIRA, Ana Claudia: ZANINI, Débora e MENESES, Larissa. O fazer político nas mídias sociais: aproximações teóricas sobre ação coletiva em rede. 41º Encontro Anual da Anpocs. 2017.

 

V – Contrapúblicos e públicos refratados

WARNER, Michel. Públicos e Contrapúblicos (versão abreviada). Em: Periódicos Permanentes nº 6 , Fevereiro de 2016.

MELO, R. Contrapúblicos e os novos conflitos na esfera pública. In: BATISTA, M., RIBEIRO, E., and ARANTES, R., eds. As teorias e o caso [online]. Santo André: Editora UFABC, 2021, pp. 269-296. ISBN: 978-65-89992-29-5. https://doi.org/10.7476/9786589992295.0009.

FRASER, Nancy. Repensando la esfera pública : una contribución a la crítica de la democracia actualmente existente (Tema central). En: Ecuador Debate. Opinión pública. Quito: CAAP, (no. 46, abril 1999): pp. 139-174. ISSN: 1012-1498

ROCHA, Camila. (2019). “Imposto é Roubo!” A Formação de um Contrapúblico Ultraliberal e os Protestos Pró- Impeachment de Dilma Rousseff. Dados. 62. 10.1590/001152582019189.

HONORATO da Silva, C. V., & de Moraes Silva, D. (2021). Mudança estrutural dos contrapúblicos em face a controvérsias artístico-culturais. REVISTA POIÉSIS, 22(38), 309-343. https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i38.47572

CESARINO, Letícia. (2022). Bolsonarismo sem Bolsonaro? Públicos antiestruturais na nova fronteira cibernética. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. 162-188. 10.11606/issn.2316-901X.v1i82p162-188.

L NASCIMENTO, L CESARINO, P FONSECA, T BARRETO, V MUSSA. Públicos refratados: a atuação de grupos de extrema-direita brasileiros na plataforma Telegram. Revista Internet & Sociedade 3 (1), 29

 

VI – Minorias e movimentos sociais

FRIEDMAN, E. J. (2017). Interpreting the Internet: Feminist and Queer Counterpublics in Latin America (1st ed.). University of California Press.

Shaozeng ZHANG, Mariana Ribeiro Porto ARAUJO & Ana Carolina de Assis NUNES (2022) A terrestrial Internet from the quilombos: the transatlantic evolution of baobab from colonial to digital capitalism, Tapuya: Latin American Science, Technology and Society, 5:1, 2037818, DOI: 10.1080/25729861.2022.2037818

GRAHAM, Roderick & SMITH, Shawn. (2016). The Content of Our #Characters: Black Twitter as Counterpublic. Sociology of Race and Ethnicity. 2. 10.1177/2332649216639067.

PEREIRA, E. A ecologia digital da participação indígena brasileira. Lumina, [S. l.], v. 12, n. 3, p. 93–112, 2018. DOI: 10.34019/1981-4070.2018.v12.21572. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21572. 

PANTOJA, Kamily Glória. Demarcar telas e ocupar redes: mulheres indígenas e os discursos de (re)existência nas redes digitais. 2022. 107f. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Sociedade) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade, Palmas, 2022. 

BONIN, Iara Tatiana ; KIRCHOF, Edgar Roberto; RIPOLL , Daniela – Disputas pela Representação do Corpo Indígena no Twitter. Rev. Bras. Estud. Presença, Porto Alegre, v. 8, n. 2, p. 219-247, abr./jun. 2018. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/2237-266076102>

FRANCO, Thiago Cardoso e DI FELICE, Massimo e PEREIRA, Eliete da Silva. O net-ativismo indígena na Amazônia, em contextos pandêmicos. Estudos em Comunicação, n. 31, p. 109-132, 2020Tradução . . Disponível em: https://www.doi.org/10.25768/20.04.03.31.06. Acesso em: 20 mar. 2023.

LUPIEN, P. (2020). Indigenous Movements, Collective Action, and Social Media: New Opportunities or New Threats? Social Media + Society, 6(2). https://doi.org/10.1177/2056305120926487

CARREIRA, L. ; GAMA, J. R. ; BRIGIDA, FABRICIO BORGES SANTA . Ciberativismo e conflitos em grandes projetos na Amazônia: a experiência do movimento Barcarena Livre. In: Territórios em transformação na Amazônia – saberes, rupturas e resistências. Edna Maria Ramos de Castro – organizadora. – Belém: NAEA, 2017.

 

VII – Balanços de ciberativismo

SARMENTO, R.; VIANA, L. A pesquisa brasileira sobre ativismo político online: mapeamento de publicações em periódicos de 2000 a 2020. Agenda Política, [S. l.], v. 10, n. 2, p. 157–177, 2023. DOI: 10.31990/agenda.2022.2.7. Disponível em: https://www.agendapolitica.ufscar.br/index.php/agendapolitica/article/view/703. Acesso em: 20 mar. 2023.

VALIENGO, Caio Becsi (UFABC). Movimentos sociais e tecnologias: balanço de 20 anos de teses e dissertações. ANPOCS, 2022.

OLIVEIRA, Raul Nunes de. O campo ciberativista no Brasil: atores, práticas e gramáticas em disputa no ciberespaço (1995-2018). 2022. 241 f. Tese (Doutorado em Sociologia) Sociologia) – Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.

ALCÂNTARA, L., & Bringel, B.. (2020). DOS ZAPATISTAS AOS INDIGNADOS: MUDANÇAS NA GEOPOLÍTICA DAS SOLIDARIEDADES TRANSNACIONAIS. Educação & Sociedade, 41(Educ. Soc., 2020 41), e231325. https://doi.org/10.1590/ES.231325

ALCÂNTARA, Lívia Moreira de. Ciberativismo e a dimensão comunicativa dos movimentos sociais: repertório, organização e difusão.. 2014. 114 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

ALEGRIA, Paula; BULGARELLI, Lucas; PINHEIRO-MACHADO, Rosana. Movimentos Sociais Contemporâneos: um balanço da produção de teses e dissertações em Antropologia nos últimos dez anos (2008-2018). Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, 2020.

GONDIM, Linda M. P. Movimentos sociais contemporâneos no Brasil: a face invisível das Jornadas de Junho de 2013. Polis [online]. 2016, vol.15, n.44, pp.357-379. ISSN 0718-6568.  http://dx.doi.org/10.4067/S0718-65682016000200016.

 

Translate »
Skip to content