Professora: Verônica Toste
Linha de Pesquisa: Linha 3 – Desigualdades, diferenças e tecnologias digitais
Código da Disciplina: EGH10507
Ano/Semestre: 2021/1
Dia e horário: Quinta-feira, das 10h às 13h
Local: Via Google meet
Ementa:
O curso se propõe a apresentar e comparar teorias sobre gênero formuladas em diálogo com diferentes correntes teóricas da sociologia. A partir de leituras exemplares de abordagens de gênero no funcionalismo, interacionismo simbólico, etnometodologia, teorias do conflito, entre outras, discutiremos suas vantagens e desvantagens para a pesquisa, suas ênfases e omissões. Apoiados nas fundações epistemológicas da sociologia, na segunda parte do curso examinaremos desdobramentos recentes do campo de estudos de gênero, como o pós-estruturalismo, as abordagens interseccionais, teorias do Sul e perspectivas globais.
Formas de Avaliação:
Seminários e trabalho final.
Planejamento das aulas:
AULA 1: APRESENTAÇÃO DO CURSO: O QUE É TEORIA?
Leitura obrigatória:
JOAS, Hans e KNOBL, Wolfgang. “O que é teoria?” In: Teoria Social: vinte lições introdutórias. Petrópolis: Editora Vozes, 2017, p. 15 – 35
Leitura de apoio:
BLEE, Katherine. Teaching a theory-based sociology of gender course. Teaching Sociology, v. 14, n. 3, Jul. 1986, p. 162-167
AULA 2: FUNCIONALISMO E TEORIAS DOS PAPÉIS SEXUAIS
Leituras obrigatórias:
MEAD, Margareth. Sexo e Temperamento. São Paulo: Perspectiva, 2011. (capítulos a definir)
FOUGEYROLLAS-SCHWEBEL, Dominique. “Talcott-Parsons: uma herança controvertida. Papéis de sexo, família e modernidade”. In: CHABAUD-RYCHTER, Danielle et al. O gênero nas ciências sociais: releituras críticas de Max Weber a Bruno Latour. Brasília e São Paulo: Editora UNB, Editora UNESP, 2014, p. 137 – 150
AULA 3: GÊNERO E INTERACIONISMO SIMBÓLICO
Leituras obrigatórias:
GOFFMAN, Erving. 1977. “The Arrangement Between the Sexes.” Theory & Society, v. 4, n’. 3, 1977, p. 301-331.
RIDGEWAY, Cecilia L. “A Primary Frame for Organizing Social Relations.” In: Framed by Gender: How Gender Inequality Persists in the Modern World. New York: Oxford University Press, 2011, p. 32-55
Leitura de apoio:
RIDGEWAY, Cecilia L. “Interaction and the Conservation of Gender Inequality: Considering Employment”. American Sociological Review, v. 62, n. 2, 1997, p. 218-235
AULA 4: GÊNERO E ETNOMEDODOLOGIA
Leituras obrigatórias:
WES, Candace e ZIMMERMAN, Don. “Doing gender”. In: Doing gender, doing difference: Inequality, Power and Institutional Change. New York: Routledge, 2002, p. 3 – 23
KESSLER, Suzanne e MCKENNA, Wendy. “Gender Construction in Everyday Life: Transsexualism”. In: Gender: an Ethnometodological Approach. Chicago: University of Chicago Press, 1978, p. 112 – 141
AULA 5: GÊNERO E ESTRUTURALISMO
Leitura obrigatória:
RUBIN, Gayle. O tráfico de mulheres: notas sobre a ‘economia política’ do sexo. In: Políticas do sexo. São Paulo: UBU, 2017, p. 8 – 61
AULA 6: GÊNERO E PERSPECTIVAS MATERIALISTAS
Leitura obrigatória:
KERGOAT, Danièle. “Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo”. In: Hirata et al. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: UNESP, 2009, p. 67 – 75
DELPHY, Christine. Close to home: a materialist analysis of women’s oppression. Londres: Verso Books, 2016 (capítulo a selecionar)
JACKSON, Stevie. “Why a materialist feminism is (still) possible – and necessary”. Women’s Studies International Forum, v. 24, n. 3/4, 2001, p. 283–293
Leituras de apoio:
DELPHY, Chsitine e LEONARD, Diana. “Class analysis, gender analysis and the family”. In: Crompton, Rosemary e Mann, Michael. Gender and stratification. Cambridge: Polity Press, 1986, p. 57 – 73
HIRATA, H. (2002). Nova Divisão Sexual do Trabalho? Um olhar voltado para a empresa e a sociedade. São Paulo: Boitempo Editorial.
AULA 7: ABORDAGENS INSTITUCIONALISTAS DE GÊNERO
Leituras obrigatórias:
WADE, Lisa e Ferree, Myra. “Institutions”. In: Gender: ideas, interactions, institutions. New York: Norton Company, 2019, p. 191 – 218
WHARTON, Amy. “Work and Family as gendered institutions”. In: The Sociology of Gender: an Introduction to Theory and Research. Oxford: Blackwell, 2005, p. 81 – 121
AULA 8: GÊNERO E SOCIOLOGIA HISTÓRICA
Leituras obrigatórias:
LACHMANN, Richard. “The sense of a beginning” e “Gender and the family”. In: What is historical sociology? Cambridge: Polity Press, 2013, p. 1 – 16 e p. 104 – 114
O’CONNOR, Julia et al. “Gendering Theories and Comparisons of Welfare States”. In: States, Markets, Families: Gender, Liberalism and Social Policy in Australia, Canada, Great Britain and the United States. Cambridge: Cambridge University Press, 1999, p. 1 – 42
AULA 9: ABORDAGENS PÓS-ESTRUTURALISTAS
Leituras obrigatórias:
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018. (capítulo a selecionar)
PASCOE, C.J. Dude, You’re a Fag: masculinity and Sexuality in High School. Berkeley: University of California Press, 2012. (capítulo a selecionar)
AULA 10: ENTRE O MICRO E O MACRO: GÊNERO E ORGANIZAÇÕES
Leitura obrigatória:
TOMASKOVIC-DEVEY, Donald e AVENT-HOLT, Dustin. Relational Inequalities: an organizational approach. Oxford: Oxford University Press. (capítulos a definir)
AULA 11: PERSPECTIVAS INTERSECCIONAIS
Leituras obrigatórias:
HILL COLLINS, Patricia. “Em direção a uma nova visão: raça, classe e gênero como categorias de analise e conexão”. Moreno, Renata (org.) Reflexões e Praticas de Transformação Feminista, São Paulo: SOF, 2015 p.13-42
KERNER, Ina. Tudo é interseccional? Relações entre racismo e sexismo. Novos Estudos CEBRAP, nº 93, julho de 2012, p.45-58.
KÉRGOAT, Danièle. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Novos estudos – CEBRAP [online] n.86, 2010, p. 93-103
AULA 12: GÊNERO E TEORIAS DO SUL
Leituras obrigatórias:
OYEWUMI, Oyeronke. A invenção das mulheres: Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021. (capítulo a definir)
BAKARE-YUSUF, Bibi. ‘Yorubas don’t do gender’: a critical review of Oyeronke Oyewumi’s The Invention of Women: Making an African Sense of Western Gender Discourses. African Identities, v. 1, n. 1, 2003
Leitura de apoio:
LERNER, Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Cultrix, 2019
MCCLINTOCK, Anne. O couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora da UNICAMP, 2010.
STOLKE, Verena. O enigma das interseções: classe, ”raça”, sexo, sexualidade. A formação dos impérios transatlânticos do século XVI ao XIX. Rev. Estud. Fem. v. 14, n. 1, Abr 2006
AULA 13: PERSPECTIVAS GLOBAIS: ESTADO E MERCADO
Leituras obrigatórias:
CONNELL, Raewyn. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: nVersos. Capítulos 3, 4 e 8.
CONNELL, Raewyn. Gênero em termos reais. São Paulo: nVersos, 2016. Capítulo 1
WALBY, Sylvia. “Analyzing Gender, Intersectionality, and Multiple Inequalities: Global, Transnational and Local Contexts”. In: CHOW, Ngan-Ling et al (Ed.) Analyzing Gender, Intersectionality, and Multiple Inequalities: Global, Transnational and Local Contexts. Bingley: Emerald Group Publishing Limited, 2011
AULA 14: PERSPECTIVAS GLOBAIS: NAÇÕES, MIGRAÇÕES E FRONTEIRAS
Leituras obrigatórias:
ANTHIAS, Flora e YUVAL-DAVIS, Nira. Racialized boundaries: race, gender, nation, color and class and the anti-racist struggle. London and New York: Routledge, 1992 (capítulos a definir)
YUVAL-DAVIS, Nira. Gender and nation. New York: Sage, 1997. (capítulo a definr)
AULA 15: PERSPECTIVAS GLOBAIS: A ECONOMIA GLOBAL DO CUIDADO
HIRATA, Helena. Subjetividade e sexualidade no trabalho de cuidado. Cad. Pagu, Campinas , n. 46, p. 151-163, Apr. 2016.
SORJ, Bila. Arenas de cuidado nas interseções entre gênero e classe social no Brasil. Cad. Pesqui., São Paulo , v. 43, n. 149, p. 478-491, Aug. 2013.
HOCHSCHILD, Arlie Russell. Love and gold. Family, Ties and Care: Family Transformation in a Plural Modernity, p. 177, 2011. (tradução blog Labemus. https://blogdolabemus.com/wp-content/uploads/2020/01/Amor-e-Ouro-Arlie-Hochschild.pdf)